As mudanças provocadas pela pandemia no uso da internet no ensino remoto e redes sociais

Introdução
A pandemia de Covid-19 transformou drasticamente as relações sociais e a forma de acesso a serviços em todo o mundo. No Brasil, medidas de isolamento social levaram grande parte da população a voltar-se para o meio digital como forma de manter atividades essenciais (InternetLab, 2021). Serviços públicos e privados migraram para plataformas online, e a tecnologia tornou-se o principal elo de conexão pessoal e profissional durante esse período (InternetLab, 2021). Nesse contexto, o uso da internet intensificou-se para estudar, trabalhar, consumir informação e entretenimento, alterando hábitos de mídia de milhões de brasileiros (InternetLab, 2021).
O centro de pesquisas InternetLab compilou em 2021 dados sobre essas mudanças em seu relatório "O que mudou em nosso consumo de informações durante a pandemia?", destacando variações significativas nas atividades de estudo (ensino remoto) e nas formas de interação e informação pelas redes sociais (InternetLab, 2021). Com base nesse relatório e em bibliografia complementar, o presente trabalho tem por objetivo identificar os dados mais importantes sobre o impacto da pandemia no uso da internet, contextualizando os problemas enfrentados especialmente nos eixos do ensino remoto e do consumo de redes sociais. Além disso, busca-se analisar essas mudanças à luz das fases da internet (Web 2.0, Web 3.0 e Web Semântica), bem como propor uma reflexão crítica sobre seus impactos no mundo pós-pandêmico. Aspectos relacionados à exclusão digital e suas implicações para populações sem acesso adequado às TIC serão considerados, combinando dados de pesquisas com contribuições analíticas fundamentadas. A estrutura do artigo abrange, portanto, uma discussão sobre o ensino remoto na pandemia, o consumo de redes sociais no período, uma análise conceitual via fases da Web, seguida de reflexões sobre o pós-pandemia e inclusão digital, concluindo com considerações finais.
Ensino remoto durante a pandemia: dados e desafios
Uma das mudanças mais imediatas provocadas pela pandemia foi a suspensão das aulas presenciais a partir de março de 2020, com a adoção em larga escala do ensino remoto emergencial. Segundo levantamento do Painel TIC Covid-19, 87% dos estudantes brasileiros passaram a ter aulas remotas oferecidas por suas escolas ou universidades após a interrupção do ensino presencial (InternetLab, 2021). Essa transição abrupta demandou adaptações de escolas, professores, alunos e famílias a novas plataformas e formatos de aula. Os recursos utilizados para manter as atividades educacionais variaram: cerca de 71% dos alunos utilizaram sites, redes sociais ou plataformas de videoconferência (como Zoom, Google Meet etc.), e 55% utilizaram aplicativos ou plataformas oficiais da escola/universidade para acessar conteúdos (InternetLab, 2021). Contudo, em face das desigualdades do país, nem todos puderam contar com internet ou dispositivos apropriados, pois, 29% dos estudantes precisaram recorrer a materiais impressos fornecidos pelas escolas, 14% acompanharam aulas pelo canal de televisão e 5% pelo rádio, havendo ainda 8% que relataram algum acompanhamento presencial mesmo durante o isolamento (InternetLab, 2021). Esses dados evidenciam que, enquanto uma parcela conseguiu migrar para o digital, outra ficou dependente de meios tradicionais ou de baixa interatividade, revelando um hiato nas condições de acesso.
A falta de infraestrutura tecnológica adequada foi um dos principais entraves do ensino remoto no Brasil. A maioria dos alunos passou a usar apenas o telefone celular como dispositivo para as aulas, entretanto, 69% dos estudantes o fizeram, enquanto somente 43% utilizaram notebook (InternetLab, 2021). O uso de computador esteve concentrado nas camadas de renda mais alta (70% dos alunos das classes A/B puderam usar notebook), ao passo que nas classes mais baixas o acesso a computadores foi muito limitado (32% dos estudantes da classe C e apenas 12% das classes D/E utilizaram notebook) (InternetLab, 2021). Muitos lares brasileiros não possuem um dispositivo por estudante nem conexão de qualidade para atividades síncronas, o que levou famílias a se desdobrarem. Pais e responsáveis relataram dificuldades em conciliar o trabalho com a supervisão das aulas online dos filhos, sentindo-se sobrecarregados e sem preparo pedagógico para assumir o papel do professor (Senado Federal, 2022). Em diversos casos, faltavam equipamentos para cada criança: muitas famílias não conseguiram prover internet e computador/celular para todos os filhos, especialmente quando havia mais de um estudante precisando assistir a aulas ao vivo (Senado Federal, 2022). Tais limitações contribuíram para queda na qualidade do ensino percebida, além disso uma pesquisa do DataSenado mostrou que 63% dos pais avaliavam que a qualidade do ensino remoto foi inferior ao presencial (Senado Federal, 2022). Não surpreende, portanto, que 2020 e 2021 tenham sido considerados "anos perdidos" na aprendizagem por muitos estudantes e familiares, dada a dificuldade de manter o nível de engajamento e conteúdo nessas condições (Senado Federal, 2022).
Os impactos educacionais foram desiguais e revelaram a face da exclusão digital. Uma estimativa do final de 2019 já apontava que 4,3 milhões de estudantes brasileiros entraram na pandemia sem qualquer acesso à internet em casa (ANDES-SN, 2021). Durante a pandemia, cerca de 19,5 milhões de alunos (35% do total) ficaram sem aulas por algum período, seja por suspensão completa ou por não conseguir acompanhar o remoto (Senado Federal, 2020) Mesmo entre os que tiveram aulas online na rede pública, 26% não possuíam acesso à internet em seus domicílios (Senado Federal, 2020), ou seja, mais de um em cada quatro alunos de escola pública dependia de apostilas impressas, programas de TV/rádio ou outros meios improvisados. Na rede privada essa proporção foi bem menor (4%) (Senado Federal, 2020), refletindo a diferença de recursos entre os sistemas de ensino. Em suma, alunos de menor renda, áreas rurais e escolas públicas foram os mais prejudicados, enfrentando não só dificuldades técnicas (falta de conectividade e dispositivos), mas também limitações no ambiente de estudo e menor apoio escolar estruturado.
Além da defasagem acadêmica, apontam-se prejuízos socioemocionais: o isolamento privou crianças e jovens da interação presencial com colegas, importante para o desenvolvimento social, aumentando sentimentos de ansiedade e desmotivação (Senado Federal, 2022). Problemas de saúde mental como ansiedade e depressão foram relatados em pesquisas como obstáculos ao aprendizado remoto para muitos alunos. Em resposta, escolas e governos adotaram medidas paliativas (como distribuição de chips de internet, transmissão de aulas via TV aberta e entrega de material impresso), mas nem sempre de forma coordenada ou suficiente. O ensino remoto emergencial evidenciou, assim, a falta de preparo estrutural para educação a distância em larga escala: professores tiveram de reinventar práticas sem capacitação prévia, alunos sem recursos ficaram para trás e as desigualdades educacionais se aprofundaram (Santos, Bortoluzzi, & Ghisleni, 2022) e (Tondin, 2024).
Apesar dos desafios, essa experiência forçada também deixou aprendizados e catalisou a adoção de ferramentas digitais na educação. Muitas escolas e educadores desenvolveram competências em plataformas online, e discutiu-se amplamente a necessidade de políticas para universalizar o acesso à internet e capacitar professores no uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na pedagogia. Esses pontos serão retomados na reflexão pós-pandemia, mas, antes, é preciso examinar outra dimensão essencial: o consumo de redes sociais durante a pandemia e suas implicações na circulação de informações.
Consumo de redes sociais durante a pandemia: expansão e efeitos
Paralelamente à revolução educacional emergencial, a pandemia provocou uma intensificação sem precedentes no uso das redes sociais. Impedidos de socializar presencialmente, muitos brasileiros recorreram massivamente a plataformas digitais para comunicar-se, informar-se e entreter-se (Ninho Digital, 2022). Como observado, Segundo Ninho Digital (2022) "o uso das redes sociais na pandemia disparou no Brasil durante 2020 e 2021". Lives de música e eventos culturais online tornaram-se populares, frequentemente reunindo milhões de espectadores, ao passo que desafios virais, debates em tempo real e mobilizações sociais migraram para as timelines digitais (Ninho Digital, 2022). Em outras palavras, uma parcela significativa da vida social passou a ocorrer através das telas.
Os números confirmam essa guinada digital. Um estudo da Kantar apontou que, em 2020, as redes sociais tiveram um aumento de 40% em uso no Brasil, considerando plataformas como Facebook, WhatsApp e Instagram (Prado, 2021). Com isso, o país consolidou-se entre os maiores usuários de mídias sociais do mundo em 2021, o Brasil figurava como o terceiro país com maior uso diário de redes, atrás apenas das Filipinas e Colômbia (Ninho Digital, 2022). Nesse ano, os brasileiros passaram, em média, 3 horas e 42 minutos por dia conectados às redes sociais (Ninho Digital, 2022). A penetração dessas plataformas atingiu patamares elevados: estimativas pré-pandemia já indicavam mais de 140 milhões de perfis ativos (66% da população) nas redes em 2020(Ninho Digital, 2022), número que continuou crescendo. As plataformas mais acessadas no país incluem YouTube (96% dos internautas), WhatsApp (92%), Facebook (90%) e Instagram (86%), com destaque também para o crescimento vertiginoso do TikTok, utilizado por cerca de 48% dos usuários em 2021 (Ninho Digital, 2022). Essa explosão de uso foi motivada por necessidades diversas: 36,5% dos brasileiros afirmaram usar redes sociais para se atualizar sobre notícias, 35,0% em busca de conteúdo de humor/entretenimento e 34,4% para simplesmente preencher o tempo livre (Ninho Digital, 2022). Em suma, durante o isolamento, as redes sociais tornaram-se fonte primária de informação e notícia, espaço de lazer e praticamente o "novo normal" das interações sociais.
Esse aumento do consumo digital teve efeitos ambíguos. Por um lado, as redes possibilitaram a manutenção de vínculos afetivos e comunitários à distância, a mobilização social (campanhas solidárias, protestos virtuais) e até novas oportunidades de negócio via marketing digital , por exemplo, 91% dos consumidores online fizeram alguma compra em lojas virtuais entre 2020 a 2021, muitos impulsionados por divulgações em redes sociais (Ninho Digital, 2022). Além disso, houve ampliação de vozes: indivíduos comuns engajaram-se na criação de conteúdo, e influenciadores digitais ganharam relevância acrescida ao ocupar o centro do entretenimento e até do debate público enquanto as pessoas estavam em casa (InternetLab, 2018–em andamento). De fato, pesquisas indicam que a pandemia elevou a aspiração de muitos jovens a se tornarem criadores de conteúdo online, ao verem nas redes uma via de expressão e renda em meio à crise econômica (InternetLab, 2018–em andamento). Essas tendências refletem a forte característica interativa e participativa da internet atual, que discutiremos à luz da Web 2.0 mais adiante.
Por outro lado, o ambiente informacional das redes sociais apresentou desafios sérios no contexto pandêmico. A rapidez e volume de conteúdo circularam não apenas informações úteis sobre saúde e medidas sanitárias, mas também desinformação em larga escala, no fenômeno descrito pela OMS como "infodemia" (Schmidt, 2021). Boatos e afirmações infundadas sobre curas milagrosas, gravidade do vírus ou sobre vacinas espalharam-se pelas plataformas digitais e foram tomadas como verdade por parte da população (Schmidt, 2021). Estudos revelaram que conteúdos enganosos sobre Covid-19 encontraram terreno fértil nas redes sociais, muitas vezes reforçados por algoritmos de engajamento. Por exemplo, análise de grupos de Facebook em 2020 mostrou que usuários compartilhavam em massa manchetes alarmistas ou distorcidas, sendo que 43,8% dos grupos estudados divulgaram apenas títulos de notícias que reforçavam alguma desinformação, e 81,8% das mensagens postadas ao compartilhar links reproduziam narrativas que minimizavam a gravidade da pandemia ou iam contra recomendações sanitárias (Schmidt, 2021). Esses dados ilustram como as redes podem amplificar bolhas de informação, nas quais usuários tendem a ver e crer apenas em conteúdos alinhados às suas visões, aprofundando polarizações e dificultando o consenso em torno de fatos científicos (Schmidt, 2021).
Ademais, a intensa migração para as plataformas digitais suscitou preocupações com privacidade e uso de dados pessoais. Com mais pessoas dependentes de aplicativos de comunicação, compras e serviços, cresceu o debate sobre a coleta e exploração de dados. No Brasil, uma iniciativa relevante foram os aplicativos móveis de rastreamento de contatos e informação sobre Covid-19 lançados por órgãos governamentais. Conforme o Painel TIC, cerca de 20% dos usuários de internet baixaram aplicativos oficiais para acompanhamento de sintomas, busca de tratamento ou alerta de contato com pessoas infectadas (InternetLab, 2021). Entretanto, barreiras de adesão emergiram: parcela considerável dos usuários evitou esses apps por receio de privacidade, temendo riscos como vírus no celular (apontado por 37%), vigilância governamental após a pandemia (42%) ou compartilhamento de sua localização com autoridades (39%) (InternetLab, 2021). Mais da metade (54%) dos usuários acreditava que os riscos de fornecer seus dados excediam os benefícios potenciais desses aplicativos (InternetLab, 2021). Tais indicadores revelam a desconfiança do público em relação ao uso de dados pessoais, possivelmente agravada pela percepção de práticas invasivas na era das redes sociais (uso indevido de informações, escândalos de vazamento de dados etc.).
Em síntese, o período pandêmico viu as redes sociais consolidarem-se como infraestrutura crítica da vida social e informacional, com impactos positivos na conectividade e na continuidade de atividades econômicas e educativas, mas também com efeitos negativos, como a proliferação de notícias falsas e a exacerbação de desigualdades de acesso e literacia digital. Para compreender melhor essas dinâmicas, é útil situá-las em perspectiva histórica e tecnológica, ou seja, como essas mudanças se relacionam com as fases de evolução da internet, da Web 2.0 à Web Semântica (Web 3.0).
As mudanças sob a perspectiva das fases da internet (Web 2.0, Web 3.0 e Web Semântica)
As transformações no uso da internet durante a pandemia não ocorreram no vazio tecnológico, mas sim em plena era da Web 2.0, com indícios de transição para uma próxima fase. O conceito de fases da Web refere-se a marcos evolutivos na forma como a internet é utilizada e concebida. A Web 2.0, consolidada ao longo dos anos 2000, é caracterizada pela natureza participativa e social da internet, marcando a revolução das mídias sociais, dos blogs e do conteúdo gerado pelos usuários (EX2, 2013). Diferentemente da Web 1.0 (estática e unidirecional), a Web 2.0 trouxe interatividade em tempo real, colaboração e plataformas abertas onde qualquer pessoa pode criar e compartilhar informações. Essa mudança cultural e tecnológica permitiu que todos tivessem voz online, usando ferramentas como fóruns, redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram etc.), wikis e plataformas de vídeo, transformando a web em um ecossistema dinâmico de troca de informações (EX2, 2013). Tim O'Reilly cunhou a expressão "web como plataforma" para definir esse fenômeno, em que os usuários deixaram de ser meros consumidores para tornarem-se também produtores de conteúdo e participantes ativos do ambiente digital (EX2, 2013).
No contexto pandêmico, a predominância da Web 2.0 foi crucial para viabilizar soluções emergenciais. Graças a essa infraestrutura social da web, ferramentas de comunicação bidirecional como aplicativos de mensagens instantâneas, redes sociais e plataformas de videoconferência estavam amplamente difundidas e puderam ser rapidamente adotadas para suprir a falta de interação presencial (InternetLab, 2021). Exemplos claros incluem o uso massivo do WhatsApp, Telegram (50% dos usuários de internet os utilizaram para consultas médicas online) e de plataformas de vídeo como Zoom ou Skype (31%) para telemedicina durante a pandemia (InternetLab, 2021). Do mesmo modo, o ensino remoto emergencial apoiou-se em recursos típicos da Web 2.0 as redes sociais, compartilhamento de vídeos e ambientes virtuais colaborativos e para conectar professores e alunos. A própria disseminação de informações sobre a Covid- 19 ao grande público ocorreu em boa parte via mídias sociais e sites interativos. Em suma, sem a Web 2.0, com sua arquitetura centrada em redes sociais e conteúdo colaborativo, os impactos da pandemia teriam isolado ainda mais as pessoas. Essa geração da internet forneceu as ferramentas de sociabilidade online que permitiram certo grau de continuidade das relações sociais, educacionais e profissionais no isolamento.
Entretanto, a pandemia também expôs os desafios e limites da Web 2.0, como a questão da confiabilidade do conteúdo e da privacidade. Como visto, a facilidade de publicação para todos os usuários implicou em avalanche de desinformação, e a economia dos dados pessoais, além disso, o motor financeiro da Web 2.0 gerou preocupações sobre vigilância e uso indevido de informações pelos provedores de serviço (InternetLab, 2021). Esses problemas sugerem a necessidade de avançar para modelos mais sólidos de gestão da informação online, alinhados ao que se projeta para a Web 3.0.
A Web 3.0, frequentemente associada ao conceito de Web Semântica, segundo a Wikipédia (2025), representa a próxima etapa evolutiva, focada em estruturar e interligar os dados de forma inteligível para humanos e máquinas. Em contraste com a ênfase da Web 2.0 na interação social, a Web 3.0 busca adicionar camadas de significado e inteligência à internet, de modo que os sistemas compreendam contextos e ofereçam respostas mais precisas e personalizadas aos usuários (EX2, 2013). Trata-se de transformar a Web em um grande banco de dados interconectado (a World Wide Database), em vez de um repositório disperso de documentos (Wikipédia, 2025). Tecnologias como inteligência artificial, aprendizado de máquina, ontologias e dados estruturados são centrais nesse paradigma. Em termos práticos, a Web 3.0 ou semântica permitiria, por exemplo, que agentes virtuais correlacionassem informações de diferentes fontes para responder perguntas complexas, recomendassem conteúdos sob medida e integrassem serviços de forma transparente, tudo isso entendendo a intenção do usuário e o significado dos dados envolvidos (EX2, 2013). É por isso que a Web 3.0 também é chamada de "Web Inteligente" no qual ela ambiciona uma internet mais intuitiva, contextual e autônoma.
Durante a pandemia, já se pôde observar indícios dessa transição para uma internet mais semântica e orientada a dados. A forma como novos aplicativos tornaram-se indispensáveis na rotina pandêmica é ilustrativa: plataformas de streaming, aplicativos de entrega, ferramentas de videoconferência e redes sociais emergentes (como o TikTok) rapidamente ganharam espaço nos celulares dos brasileiros, passando a coletar e processar enormes volumes de dados sobre preferências e comportamentos (InternetLab, 2021). O relatório do InternetLab nota, por exemplo, a inserção de aplicativos como Auxílio Emergencial/FGTS e Caixa Tem nas telas iniciais dos smartphones em 2020, assim como o aparecimento do Zoom e do TikTok entre os apps mais presentes (InternetLab, 2021). Esses aplicativos, ao serem adotados em massa, passam a gerar e cruzar dados pessoais constantemente seja para viabilizar políticas públicas (como os apps de auxílio financeiro), seja para oferecer recomendações de conteúdo e produtos conforme os hábitos do usuário (como fazem TikTok, YouTube, Netflix, Amazon etc.). A capacidade de reutilizar esses dados para fins diversos, desde pesquisas epidemiológicas até publicidade direcionada, conecta-se ao cerne da Web Semântica. De fato, a combinação de dados pessoais compartilhados, uso de algoritmos inteligentes e integração de serviços aponta para uma web mais semântica: por exemplo, sistemas de saúde analisando dados de apps de rastreamento para identificar focos de contágio, ou plataformas educacionais adaptativas que reorganizam conteúdo conforme o desempenho do estudante online.
Vale ressaltar que privacidade e ética se tornam questões centrais nessa nova fase. A Web 3.0 promete efetivamente melhores soluções como buscas mais inteligentes e informação organizada tematicamente em vez de um mar caótico de posts (Wikipédia, 2025), mas sua implementação requer equilibrar o uso massivo de dados com proteção de direitos dos usuários. Durante a pandemia, esse dilema ficou claro: embora aplicativos de monitoramento pudessem ajudar no controle do vírus, grande parte da população mostrou-se desconfortável em ceder seus dados de localização e saúde, temendo discriminação ou usos indevidos (InternetLab, 2021). Ou seja, para colher os frutos da Web Semântica será uma internet mais integrada, contextual e útil, capaz de entender perguntas complexas e fornecer respostas exatas (EX2, 2013), será necessário construir confiança e adotar políticas de transparência e segurança robustas.
Em síntese, a pandemia evidenciou tanto a fortaleza quanto as fragilidades da Web.
E sinalizou demandas que impulsionam a Web 3.0. A fortaleza: sem a infraestrutura social e colaborativa da Web 2.0, não teríamos a agilidade de resposta digital que vimos em 2020. As fragilidades: o excesso de informação não filtrada e a exploração dos dados pessoais pedem soluções mais inteligentes onde precisamente o que a Web Semântica se propõe a oferecer. Assim, identificamos no cenário pandêmico elementos de transição entre essas fases da internet, com a convivência de práticas típicas da Web 2.0 (uso intenso de redes sociais, conteúdo user-generated) e tendências da Web 3.0 (exploração de big data, início de serviços baseados em IA, maior integração de sistemas). Esse entendimento fornece base para refletir, a seguir, sobre os impactos dessas mudanças no período pós-pandemia, especialmente no que tange à inclusão digital.
Impactos no mundo pós-pandêmico e a questão da exclusão digital
Com o arrefecimento da crise sanitária e a retomada gradual das atividades presenciais, o mundo não retornou simplesmente à situação pré-2020. Muitas das mudanças aceleradas pela pandemia no uso da internet deixaram legados duradouros, e alguns positivos, outros desafiadores. É crucial analisar criticamente como o aumento da dependência das tecnologias digitais impacta a sociedade no período pós-pandêmico, levando em conta as oportunidades e os riscos, bem como quem foi abandonado nesse processo.
No campo da educação, espera-se um modelo híbrido como legado principal. Após dois anos de experiências com aulas online, muitas instituições de ensino passaram a adotar ou planejar formatos que combinam atividades presenciais e remotas, aproveitando plataformas digitais para complementação de conteúdo, recuperação de aprendizagem e flexibilização curricular. Professores adquiriram habilidades em ferramentas virtuais e perceberam certas vantagens do digital, como a possibilidade de gravar aulas, usar objetos de aprendizagem interativos e fomentar fóruns de discussão online, onde podem ser incorporadas ao ensino regular. Estudos recentes indicam que, embora a maioria das escolas tenha voltado ao presencial em 2022, há um movimento de integração permanente das TIC na sala de aula e investimento em infraestrutura tecnológica nas redes de ensino, em parte impulsionados pelos aprendizados da pandemia (Santos, Bortoluzzi & Ghisleni, 2022). Ao mesmo tempo, o período evidenciou lacunas a serem resolvidas: a necessidade de capacitação docente continuada para o uso pedagógico das tecnologias, o desenvolvimento de metodologias apropriadas para ensino remoto de qualidade (evitando a mera transposição de aulas expositivas para o virtual) e, principalmente, a garantia de acesso equitativo a dispositivos e conectividade para todos os alunos. No pós-pandemia, a redução dessas desigualdades tornou-se agenda emergente. Programas governamentais e parcerias público-privadas estão em debate para prover internet banda larga nas escolas públicas e distribuir equipamentos (como tablets ou notebooks) a estudantes carentes, de modo a democratizar as oportunidades educacionais digitais. Sem tais medidas, a brecha educacional criada no biênio pandêmico pode se perpetuar, penalizando gerações de alunos de baixa renda.
Ademais, será fundamental abordar os impactos psicossociais do interregno remoto. Muitos alunos retornaram às salas com atrasos na aprendizagem e problemas socioemocionais; portanto, políticas de recuperação acadêmica e apoio psicológico estão sendo implementadas para mitigar os efeitos de dois anos atípicos. Em síntese, o pós- pandemia na educação traz o desafio de capitalizar os avanços tecnológicos incorporados e modernizando a pedagogia e ampliando o alcance do ensino, enquanto corrige os déficits e iniquidades expostos durante a fase emergencial. A pandemia forçou a inovação, mas caberá à sociedade e ao Estado garantir que essa inovação seja inclusiva e sustentável.
No que diz respeito ao consumo de redes sociais e hábitos digitais, o mundo pós- pandêmico observa a consolidação de tendências e o aprofundamento de debates regulatórios. O aumento do teletrabalho e do comércio eletrônico, por exemplo, mostrou sinais de permanência parcial. Em 2021, 57,5% das empresas no Brasil adotavam modelo de home office parcial ou total; embora esse percentual tenha caído para cerca de 32,7% em outubro de 2022 com a reabertura econômica, ele permanece superior aos níveis pré-pandemia, indicando uma mudança cultural em direção a modelos de trabalho mais flexíveis (Bemba, 2023). Setores inteiros, tais como tecnologia da informação, serviços financeiros e educação corporativa, que aceleraram sua transformação digital, criando demanda por novas competências e redefinindo rotinas. Do lado do consumidor, a conveniência das compras online e do delivery consolidou-se: milhões de pessoas que experimentaram essas facilidades continuarão a usá-las, o que deve manter em alta a economia de plataformas e exigir regulações adequadas de direitos do consumidor, logística e condições de trabalho de entregadores, por exemplo (InternetLab, 2021).
Quanto às redes sociais, elas se tornaram ainda mais entrelaçadas com a esfera pública e privada. O período pós-pandêmico viu a continuidade do crescimento dessas plataformas, em 2022 e 2023, o número global de usuários de redes sociais atingiu 4,62 bilhões, e projeções indicam que esse número continuará crescendo nos próximos anos (Arcangeli, 2022). O Brasil deve acompanhar essa expansão, possivelmente alcançando mais de 72% de penetração da internet até 2025, com as redes sociais crescendo em ritmo semelhante (Berticelli, 2022). Isso significa que hábitos adquiridos durante o isolamento, como consumir notícias pelo Twitter, assistir lives no Instagram ou aderir a desafios do TikTok, tornaram-se parte do cotidiano mesmo com o retorno das interações presenciais. Pesquisas de mercado revelam que muitos usuários pretendem manter (ou até aumentar) o tempo dedicado às mídias sociais para entretenimento e informação, pois incorporaram essas mídias em suas vidas de forma permanente (Berticelli, 2022).
Todavia, essa ubiquidade das redes intensificou a urgência de enfrentar seus efeitos colaterais. Desinformação e conteúdo de baixa qualidade continuam a circular e influenciar opiniões, o que coloca em pauta discussões sobre regulação de plataformas, moderação de conteúdo e educação midiática da população. Governos e sociedade civil voltam-se para estratégias de combate às fake news e aos discursos nocivos, sem ferir a liberdade de expressão, um equilíbrio delicado. A pandemia expôs fragilidades nesse campo (como descrito, teorias conspiratórias sobre saúde se espalharam amplamente), e o pós-pandemia traz a responsabilidade de aprimorar mecanismos para que a próxima crise global não seja acompanhada de uma crise informacional tão grave. Iniciativas como agências de checagem de fatos, sinalização de conteúdo duvidoso pelas próprias plataformas e, no Brasil, debates em torno de um Marco Regulatório das Redes Sociais ou atualização do Marco Civil da Internet têm ganhado destaque. Além disso, discute-se a responsabilidade algorítmica: como garantir que os algoritmos de recomendação não promovam desinformação ou polarização extremada, tema igualmente ligado à evolução para uma Web mais inteligente e responsável.
Um ponto crítico transversal a todos os anteriores é a questão da exclusão digital. Se a pandemia foi um "acelerador digital", é imperativo reconhecer que nem todos puderam embarcar nessa aceleração, e muitos ficaram (e permanecem) à margem da sociedade conectada. No Brasil pós-pandêmico, apesar de avanços na conectividade, milhões de pessoas ainda estão desconectadas ou subconectadas. No início de 2021, estimava-se que 19% da população brasileira com 10 anos ou mais (cerca de 41 milhões de pessoas) não usavam internet (Cetic.br, 2021). Esse contingente vem diminuindo, mas lentamente – dados recentes apontam que 29 milhões de brasileiros não acessaram a internet nos últimos 3 meses (dado de 2023), uma melhora em comparação aos 36 milhões desconectados no ano anterior, porém ainda um número expressivo (Bemba, 2023). Entre os domicílios de classes D/E, cerca de 36% seguem sem acesso à rede (2020) e a conectividade rural, embora tenha crescido, também fica atrás da urbana. A exclusão digital não se resume à falta de infraestrutura; abrange também baixas habilidades digitais e acesso precário (por exemplo, somente via celular com franquia limitada de dados).
As implicações disso no mundo pós-pandêmico são profundas. Indivíduos sem acesso adequado perderam oportunidades de educação remota, de teletrabalho, de acesso a telemedicina, serviços online e mesmo de interação social durante a pandemia, e continuarão em desvantagem à medida que serviços públicos e privados se digitalizam. Muitas empresas e órgãos adotaram definitivamente modelos online para atendimento, cadastramento e entrega de produtos; quem não tem internet fica excluído ou dependente de terceiros para tarefas básicas. Além disso, num mercado de trabalho cada vez mais digital, a falta de conectividade e habilidade tecnológica torna-se sinônimo de desqualificação profissional. Dessa forma, o risco é que a era pós-pandemia aprofunde desigualdades socioeconômicas, a menos que haja políticas robustas de inclusão digital.
Felizmente, a severidade do problema ficou mais visível, gerando pressão por soluções. Organizações internacionais e nacionais enfatizam que incluir digitalmente é condição para a resiliência e desenvolvimento no mundo contemporâneo. No Brasil, iniciativas como o programa "Internet Brasil" buscam oferecer acesso gratuito à banda larga móvel para alunos da rede pública de baixa renda, e há esforços de expansão da fibra óptica para regiões remotas. Contudo, essas políticas enfrentam desafios orçamentários e de coordenação. É vital que o tema permaneça na agenda pública: reduzir a exclusão digital é garantir que os benefícios das transformações tecnológicas aceleradas pela pandemia sejam distribuídos de forma equitativa, e que grandes parcelas da população não "paguem um preço muito alto pelos avanços da humanidade" (Bemba, 2023). Como alerta um relatório, se não forem traçadas estratégias inclusivas do ponto de vista financeiro e estrutural, continuaremos a ter uma grande franja da população alijada do mundo digital e, portanto, com acesso limitado à informação, educação e oportunidades (Bemba, 2023).
Em suma, o mundo pós-pandêmico herda da crise da Covid-19 uma série de mudanças no uso da internet: a consolidação do digital como componente essencial da vida cotidiana, a possibilidade de novos modelos de trabalho e ensino mais flexíveis, uma sociedade mais conectada, porém confrontada com problemas como sobrecarga informativa, privacidade e desinformação, e o desafio moral e prático de não deixar os desconectados para trás. Cabe à sociedade transformar os aprendizados em ações: fortalecer a infraestrutura e alfabetização digital, regulamentar de forma inteligente o ecossistema online e fomentar uma cultura digital ética e inclusiva.
Conclusão
As mudanças provocadas pela pandemia no uso da internet foram abrangentes e profundas, especialmente no que tange ao ensino remoto e ao consumo de redes sociais. Recapitulando os pontos centrais discutidos: identificamos que, conforme os dados do InternetLab (2021) e de pesquisas correlatas, houve aumento expressivo da utilização de plataformas digitais para educação, trabalho, serviços e lazer durante a crise sanitária. No âmbito educacional, milhões de estudantes migraram para aulas online, revelando tanto a potencialidade das ferramentas digitais em manter a continuidade do ensino, quanto evidenciando problemas graves de infraestrutura, preparação pedagógica e desigualdade de acesso. Já no âmbito das redes sociais, constatou-se um salto no engajamento e no tempo de uso, com as pessoas recorrendo a essas plataformas para suprir necessidades de informação e convivência do salto esse acompanhado de efeitos contraditórios, como a facilitação da comunicação e do comércio eletrônico, mas também a disseminação viral de boatos e uma dependência maior das tecnologias no dia a dia.
Ao analisar essas mudanças sob a perspectiva das fases da internet, conclui-se que a pandemia ocorreu em uma conjuntura marcada pela Web 2.0, a web social e colaborativa que forneceu as bases para a resposta digital à crise. As funcionalidades típicas da Web 2.0 (redes sociais, interação em tempo real, conteúdo gerado pelo usuário) possibilitaram alternativas frente ao distanciamento físico, comprovando a importância dessa infraestrutura para a sociedade contemporânea. Simultaneamente, emergiram demandas e sinais de evolução rumo à Web 3.0 ou Web Semântica, uma internet mais centrada em dados inteligíveis e em automação inteligente. Questões como a necessidade de filtrar informação confiável e de integrar serviços de forma eficiente tornaram-se mais evidentes, alinhando-se à visão de uma Web capaz de entender contextos e prover conhecimento estruturado. Contudo, essa transição também acentua dilemas já latentes, principalmente relacionados à privacidade, segurança dos dados e inclusão.
A reflexão crítica sobre o mundo pós-pandêmico indica que muitos hábitos digitais vieram para ficar, transformando estruturalmente a educação, o trabalho, o comércio e as interações sociais. O desafio que se impõe é maximizar os benefícios dessas inovações digitais e maior eficiência, alcance e conveniência, sem negligenciar os problemas associados. Isso inclui combater a desinformação online por meio de educação midiática e regulação adequada, aprimorar a segurança cibernética e a proteção de dados dos cidadãos, e sobretudo promover a inclusão digital como prioridade. A pandemia expôs a amplitude da exclusão digital no Brasil, ao mesmo tempo em que reforçou o caráter indispensável da internet para o exercício de direitos básicos (educação, informação, trabalho, saúde). Portanto, políticas públicas coordenadas e investimentos em infraestrutura são imperativos para conectar os desconectados e assegurar que, em futuras crises ou mesmo na rotina normal, nenhuma comunidade fique sem acesso às ferramentas que permitem estudar, trabalhar ou obter informações essenciais.
Em conclusão, as mudanças no uso da internet catalisadas pela pandemia de Covid-19 representam um ponto de inflexão histórico. Tal como a eletricidade ou os transportes em outros séculos, as tecnologias digitais demonstraram ser pilares da vida moderna, cuja falta pode paralisar sociedades. O período trouxe dores e aprendizados: mostrou que somos capazes de nos adaptar rapidamente via meios virtuais, mas também que precisamos tornar o ambiente digital mais resiliente, confiável e inclusivo. Cabe agora aproveitar esse momento pós-pandêmico para consolidar um futuro digital mais equilibrado, em que as vantagens da conectividade sejam amplamente compartilhadas e seus perigos, minimizados. A internet pós-pandemia, se orientada pelos princípios certos, pode não apenas refletir as mudanças que vivemos, mas ser o alicerce de uma sociedade mais informada, conectada e justa.
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